terça-feira, 31 de março de 2009

A Beleza


A beleza está nas pétalas da flor,

Está no hálito morno das areias,

Está no pássaro que voa e canta,

Está no vento que fala comigo

Na meditação do entardecer.

A beleza está na rocha viva,

Está nas sílfides do incenso que aspiro,

Está no olhar terno e suplicante do cãozinho

Que me entende mais do que eu a ele.

Se a beleza habita em tudo quanto existe,

Por que não há de habitar também

Na proposta da nossa sublime União?
DeRose

sexta-feira, 13 de março de 2009

O criador do Yoga



Certa vez um famoso bailarino improvisou alguns movimentos instintivos, porém, extremamente sofisticados graças ao seu virtuosismo e, por isso mesmo, lindíssimos.


Essa linguagem corporal não era propriamente um ballet, mas, inegavelmente, havia sido inspirado na dança.


A arrebatadora beleza da técnica emocionava a quantos assistiam à sua expressividade e as pessoas pediam que o bailarino lhes ensinasse a sua arte. Ele assim o fez. No início, o método não tinha nome. Era algo espontâneo, que vinha de dentro, e encontrava eco no coração daqueles que também haviam nascido com o galardão de uma sensibilidade mais apurada.


Os anos foram-se passando e o grande bailarino conseguiu transmitir boa parte do seu conhecimento. Até que um dia, muito tempo depois, o Mestre passou para os planos invisíveis. Sua arte, no entanto, não morreu. Os discípulos mais leais preservaram-na intacta e assumiram a missão de retransmiti-la. Os pupilos dessa nova geração compreenderam a importância de tornar-se também instrutores e de não modificar, não alterar nada do ensinamento genial do primeiro Mentor.


Em algum momento na História essa arte ganhou o nome de integridade, integração, união: em sânscrito, Yôga! Seu fundador ingressou na mitologia com o nome de Shiva e com o título Natarája, Rei dos Bailarinos.


Texto extraído do livro Tratado de Yôga do Mestre DeRose


sexta-feira, 6 de março de 2009

Síndrome de Elefante

Você já observou um elefante no circo? Durante o espetáculo, o enorme animal faz demonstrações de força descomunais. Mas, antes de entrar em cena, permanece preso, quieto, contido somente por uma corrente que aprisiona uma de suas patas a uma pequena estaca cravada no solo.
A estaca é apenas um pequeno pedaço de madeira.
E, ainda que a corrente fosse grossa, parece óbvio que ele, capaz de derrubar uma árvore com sua própria força,poderia, com facilidade, arrancá-la do solo e fugir.
Que mistério! Porque o elefante não foge?
Há alguns anos descobri que, por sorte minha, alguém havia sido bastante sábio para encontrar a resposta: o elefante do circo não escapa porque foi preso à estaca ainda muito pequeno. Fechei os olhos e imaginei o pequeno recém-nascido preso: naquele momento, o elefantinho puxou, forçou, tentando se soltar. E, apesar de todo esforço, não pôde sair. A estaca era muito pesada para ele. E o elefantinho tentava, tentava e nada. Até que um dia, cansado, aceitou o seu destino: ficar amarrado na estaca, balançando o corpo de lá pra cá, eternamente, esperando a hora de entrar no espetáculo. A final, os elefantes não esquecem, já diria o velho ditado.
Então, aquele elefante enorme não se solta porque acredita que não pode. Para que ele consiga quebrar os grilhões é necessário que ocorra algo fora do comum, como um incêndio, por exemplo. O medo do fogo faria com que o elefante em desespero quebrasse a corrente e fugisse.
Isso muitas vezes acontece conosco! Vivemos acreditando em um montão de coisas que não podemos ter, que não podemos ser, que não vamos conseguir..., simplesmente porque, quando éramos crianças e inexperientes, algo não deu certo ou ouvimos tantos nãos que a corrente da estaca ficou cravada na nossa memória com tanta força que perdemos a criatividade e aceitamos o "sempre foi assim".
Poderia dizer que o fogo para nós seria a perda de um emprego, ou algum outro problema ou algo que nos fizesse sair da zona de conforto.
A única maneira de tentar de novo é não ter medo de enfrentar as barreiras, colocar muita coragem no coração e não ter receio de arrebentar as correntes. Não espere que o "circo" pegue fogo para começar a se movimentar. Vá em frente.